O diálogo também não é simplesmente um processo de fusão de conceitos ou de busca constante por entendimento e homogeneidade. Cada um absorve para si aquilo que consegue da química troca de elementos proporcionada quando estamos dialogando. Uma terceira ideia comum poderá surgir ou não.
O principal desafio implícito no processo de diálogo é vencer o medo do desconhecido e abrir nossa consciência para os sinais e mensagens estranhos a nós que ainda não descodificamos. O outro, pelo contraste de suas diferenças, produz geralmente uma reacção de desconforto.
Os modelos de comunicação e relacionamento que recebemos através de nossa cultura e pela educação acentuam as qualidades individuais como a criatividade e a competitividade. Assim, facilmente rotulamos e aprisionamos o potencial aberto do diálogo, e desviamo-nos para o debate de ideias. A habilidade e disposição para ouvir intensamente e tentar compreender o outro é considerada menos importante do que a capacidade de convencer e impor suas ideias.
Depois é querer que a nossa opinião prevaleça e nossos argumentos convençam os outros… As conclusões são acessórios que menos interessam… O bem comum, o “conjunto de todas as condições de vida social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana” (Papa João XXIII), não é o objectivo daqueles que debatem…
Ficamos polarizados esquizofrenicamente entre conceitos e ideologias estreitas e antagónicas, míopes para as infinitas possibilidades do caminho do meio. Ao invés de apreciarmos a vida e o que há de bom nos outros, na maioria das vezes, passamos o tempo a julgar e a comparar.
sábado, 26 de abril de 2008
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2 comentários:
é mesmo... passamos o tempo a julgar e a comparar, o que é de facto um erro tremendo! Estamos a ser permanentemente treinados para a competição sistemática!
Bom fim de semana
A propósito de comunicação, tens um presente no meu blogue que te ajuda a promover a comunicação na blogosfera;)
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