sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Betão

O betão e as argamassas são utilizados como materiais de construção há milhares de
anos, sendo então produzidos pela mistura de argila ou argila margosa, areia, cascalho e água. Há registos de que os materiais eram, quando necessário, transportados a distâncias de centenas de quilómetros.
Nas antigas civilizações estes materiais eram utilizados essencialmente em pavimentos, paredes e suas fundações. Os Romanos exploraram as possibilidades deste material com mestria em diversas obras – casas, templos, pontes e aquedutos, muitos dos quais chegaram aos nossos dias e são exemplos do elevado nível atingido pelos construtores Romanos.
Há registos de que os Romanos fizeram tentativas para armarem o betão com cabos de bronze, experiências não bem sucedidas devido aos diferentes coeficientes de dilatação térmica do bronze e do betão.
Posteriormente e até ao século XVIII o betão tem uma utilização reduzida, quase exclusivamente limitada às fundações e ao interior de paredes de alvenaria.

É com o desenvolvimento da produção e estudo das propriedades do cimento (Smeaton em 1758, James Parker em 1976, Louis Vicat em 1818) que culminou com a aprovação da patente do cimento Portland (nome dado por a cor do cimentos ser parecida com a da rocha Portland) apresentada por Joseph Aspdin em Leeds em 1824 que se vai dar o grande desenvolvimento na aplicação do betão nas construções. Em 1885 concebem-se os fornos rotativos (Frederick Ransome) que permitiriam baixar substancialmente o preço do cimento.
Em Portugal a Industria do cimento inicia-se em 1894 com a fábrica de cimento Tejo em Alhandra.

As utilizações do betão ganham então nova dinâmica, não só em fundações como em pavimentos térreos e paredes, estas com uma textura concebida de forma a imitar a pedra.
O princípio do século XX é caracterizado por um desenvolvimento extraordinário na utilização e compreensão do funcionamento e possibilidades do betão armado. Esse desenvolvimento está associado à realização de numerosas patentes onde se indicam as bases de cálculo e as disposições de armaduras adoptadas para diversos elementos estruturais.
Entretanto, as potencialidades do betão armado são exploradas e aprofundadas pelos arquitectos, e inicia-se o uso do betão na arte da construção. Tendo em conta as raízes culturais no Portugal artesanal, na paisagem inspiradora, mas também na resposta aos desafios da mais alta tecnologia. Contudo, também surgem estruturas de ruptura…
Mas é um mundo de betão que queremos?! Ou será a Natureza o mais exímio arquitecto?!

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