sábado, 16 de outubro de 2010

Falácias

Uma falácia é um argumento incorrecto que tenta induzir esse erro de raciocínio. Não é uma mera afirmação falsa, nem uma opinião da qual discordamos, nem uma explicação mal dada ou uma omissão de factos. Tudo isso pode conduzir a falácias, se induzir inferências inválidas, mas não é falacioso por si só. Não é falácia torcer por este ou aquele clube desportivo, dizer que não chove quando está a chover ou explicar que não se pode apresentar o trabalho porque o cão o comeu. Nem sequer é falácia partir de falsas premissas. “É melhor ir de Metro porque está a chover elefantes” é uma inferência válida, apesar da razão apresentada não ser aceitável em condições normais.

As falácias podem enganar invocando pressões psicológicas, como anseios, repulsas, ou desejos, que levem a uma conclusão injustificada. Mas, normalmente, uma análise minimamente atenta do argumento é protecção suficiente contra tal artifício. É relativamente simples perceber que não se deve concordar com um argumento se a única justificação é que quem discorda “não é homem, não é nada”. Mais perigosas são as falácias que enganam porque seguem a mesma estrutura de algumas formas de argumentação válida.

Uma falácia é um erro específico de raciocínio, e não um mero problema nos factos, explicações ou opiniões. É uma inferência incorrecta que visa induzir em erro, e que o pode fazer omitindo deliberadamente dados relevantes, imitando argumentos válidos em circunstâncias em que não o sejam ou apelando a emoções, preconceitos, medos e desejos para conduzir a uma conclusão por outros caminhos que não o da persuasão racional. A forma de identificar uma falácia é encontrando os elementos do argumento que, normalmente de forma dissimulada, servem para dar uma aparência de justificação a uma inferência inválida.

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