quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Paulo Praça - (Diz) A Verdade


"não fosse o universo desentender quem somos
e favorecer a separação,
ou pior, o não nos havermos conhecido"

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Distância

Quando manter uma relação (amorosa, amigável, ou de outra natureza) torna-se insuportável, uma alternativa sadia pode ser a separação. Quando não há comunicação para além do necessário… Quando não há respeito, cumplicidade, amizade, é necessário fazer uma análise e indagar o que ainda se tem em comum…

Separar de quem se ama não é uma tarefa fácil. É um momento de dor… Para alguns, é como se a própria alma fosse atingida, que passa a sangrar de tal forma que aparenta que nunca se cicatrizará. As emoções ficam mais expostas e a razão aparenta não existir. Sentimos tudo com tal intensidade que parece não existir espaço para a razão…
Ficamos sem defesas e, assim, sem protecção.

Mas entre nós, apenas existe distância… Não há ruptura na união, nem quebra de amizade… Estamos separados, mas apenas pelo espaço…

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Preparativos

Antes de partir em viagem há que ter em conta o conjunto de actos preliminares para dar início a essa mesma viagem... A preparação é essencial, e aumenta a intensidade das nossas expectativas à medida que se aproxima a data da partida...

Verificar o bilhete... Verificar o horário de partida... Verificar a bagagem... Verificar o itinerário... Verificar se tudo o que levamos está a funcionar em condições...
Está tudo pronto? É exactamente o que vamos precisar ao longo da viagem? E funciona sem qualquer problema?

Tudo o que sempre desejamos é uma viagem segura, sem grandes situações constrangedoras, nem transtornos, nem contrariedades... O objectivo é conhecer novos lugares ou rever (ou não)... O objectivo é, na verdade, chegar ao destino...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Perdido

De vez em quando tenho como missão dirigir-me a um local que desconheço, e nem sei onde fica exactamente…
Peço indicações, se possível um “croquis” e parto…

Mas nem as melhores indicações, nem os pequenos desenhos evitam que de vez em quando me perca no caminho…
Ou porque a sinalização não é clara ou se encontra mesmo escondida ou mal colocada… Ou porque me escapa uma referência referida no esboço…

Então é pedir ajuda a pessoas que passam por perto, ou que se encontram dentro de estabelecimentos comerciais… E questionar se conhecem e sabem o caminho para tal lugar…

Mas dá sempre enorme satisfação quando sabemos que estamos no caminho certo… E é gratificante chegar ao destino…

E esperar saber regressar...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Organização

Uma organização é uma combinação de esforços que têm por finalidade a realização de objectivo… Por meio de uma organização procura-se perseguir e alcançar objectivos a que nos propomos concretizar.

É tido em atenção os vários pormenores de eventuais falhas nos planos a realizar… É tido em conta as várias necessidades prováveis… São estabelecidos prazos e horários para cada etapa… São estabelecidos os vários procedimentos…
Uma organização é, portanto, o modo como é estruturado, dividido e sequenciado os vários passos necessários para atingir os objectivos estabelecidos…

Mas é possível imaginar todos os cenários possíveis? É possível prever todas as eventualidades? “A única coisa previsível numa organização é que sempre haverá imprevistos. O resto é apenas provável” (John Kenneth Galbraith).
Tudo o que organizamos tem de ser capaz de se adaptar às circunstâncias… Na execução de nossos planos, tudo pode correr mal…

Mas é quando provamos o nosso valor e capacidade de decisão… Não poderá ser quando nos perdemos numa viagem, que mais nos divertimos? O excesso de organização destrói a criatividade… E também nasce a promessa de não voltar a repetir-se, e na próxima, tudo será melhor planeado…

sábado, 26 de janeiro de 2008

Banho

Por vezes penso de como sou afortunado, na prática de um costume tão rotineiro como é o do banho… Penso nos recursos que são necessários e dispendidos, mas inevitáveis para benefício da minha higiene pessoal…

Noutros tempos e lugares, trata-se de um ritual colectivo de higiene e convívio, onde se fazem negócios, discute-se política ou coloca-se os mexericos em dia…

Mas para mim, é mais do que uma rotina… É um ritual de purificação, em que se retira a sujidade… É um momento único em que presto atenção a mim mesmo, pois cuido do meu corpo e da minha alma… É um momento de prazer e relaxamento…


O resultado: a disposição para continuar e a sensação de vigor e limpeza…

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Urgência

Diz que é uma emergência!

Não se trata de uma situação crítica, um incidente, que nos coloca em risco iminente de vida, portanto, não é uma emergência…
Diz que é urgente!
Sem haver risco de vida, trata-se de uma situação, que por sua gravidade e necessidade premente, requer a nossa atenção imediatamente…


No presente tempo, estamos sempre com pressa de chegar aos nossos destinos, de atingir os nossos objectivos, tudo é urgente…
São os prazos que encurtam, as formalidades atalhadas, os procedimentos que não pretendemos efectuar porque consomem tempo…
Amanhã realizamos o que deveria estar pronto para ontem mas apenas foi-nos dito hoje e a más horas…

É mesmo urgente!?
Ou falta de organização… Será que a estrutura está conformada e preparada para as situações que surgem?
Ou falta de formação… Será que estamos capacitados para fazer face às circunstâncias?
Ou uma questão de mentalidade… Porque deixamos tudo para o último momento possível, tornando, o quer que seja, inadiável?


Recuperar a saúde que possa faltar-nos é urgente… Tudo o resto tem o seu próprio tempo, desde que saibamos como proceder… Portanto, não é deixar para depois…

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Angústia

“O meu ser é fruto da minha liberdade” (Sören Kierkegaard).
Isto significa que tenho de optar, por ser de um modo definido por mim próprio. Em cada momento, abrem-se diante de nós, diferentes possibilidades de realização. A liberdade consiste precisamente no facto de podermos optar pelas diversas possibilidades.

A verdade é que as circunstâncias das nossas vidas obrigam-nos a optar, e não podemos alienar essa nossa capacidade de opção. A liberdade constitui um direito mas também uma necessidade, irrecusáveis.
Aí reside a angústia…

Em cada possibilidade há uma adversidade e devemos estudar cada uma das alternativas que nos surgem. Nenhuma possibilidade deverá ser, de imediato, descartada…

Vivemos a suprema glória de não estarmos pré-determinados e assim sofremos a suprema angústia da possibilidade.
O possível é-nos permitido… No possível encontramos o terreno da nossa realização mas também do nosso presumível fracasso.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Egoísmo

Quando realmente amamos, somos capazes de grandes proezas…
Desistir de alguém por saber que será mais feliz com outrem…
Esmagar nosso coração, e ser apenas amigos…
Dar um abraço e impedir-nos de mais afecto…
Ter no pensamento e nunca referir seu nome…

Se o “egoísmo não é amor por nós próprios mas uma desvairada paixão por nós próprios” (Aristóteles)… Eu quero ser egoísta e amar-te…
Se por ser egoísta, coloco os meus interesses, desejos e necessidades em primeiro lugar… Eu quero ser egoísta e amar-te…
Não quero expurgar da minha alma, todo o sentimento de egoísmo, só para atingir a perfeição moral… Sou egoísta e quero dedicar-me a ti…

O que há de tão errado, em cuidar de nós mesmos e desejar o melhor para nós próprios?
Se por isso, faz de mim, egoísta… Eu sou egoísta.
Não preciso de magoar nem prejudicar, nada nem ninguém, para obter o que quero. Portanto, não vejo maldade em ser egoísta…

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Topónimo

O nosso verdadeiro lugar é o nosso refúgio...
Onde nunca estamos, mas desejamos estar...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Antropónimo

“Que há um nome? Aquilo que chamamos rosa com qualquer outro nome seria igualmente doce” (William Shakeapeare, in Romeu e Julieta).
Somos muito mais do que um simples nome, que na realidade, nada diz sobre nós… Mas por ele, seremos recordados…

Porque todos nós somos conhecidos e referidos por um ou mais nomes, pelos quais nos designam… Palavras cujas origens e significados, muitas vezes, esbatem-se ao longo dos tempos, e por vezes, são para todo o sempre esquecidos…
Palavras (quase nunca) escolhidas por nós… Nem sempre do nosso gosto…

Mas escolhi um pseudónimo e este já transcende o meu próprio ser… Mesmo não me conhecendo, poderão saber quem é McLlyr…!

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Antroponímia
do Gr. ánthropos, homem + ónyma, nome
s. f.,
ramo da filologia e da etnografia que estuda os nomes próprios de pessoas.

In http://www.priberam.pt/

domingo, 20 de janeiro de 2008

Palácio

Edifício sumptuoso destinava-se à habitação de uma família de características muito próprias…
Atravesso corredores, salas e salões alheio a factos passados que pertenceram ao quotidiano dos seus moradores e às suas emoções e sentimentos.

Mas com um pouco de imaginação, reconstrói-se o dia-a-dia da família… O acordar, as refeições, os passeios pelo jardim, serões…
E agora, piso o mesmo chão… Cada divisão respira história e luxo…
Dos ambientes privados procuramos vislumbrar a intimidade da família, dos espaços de convívio as suas vivências…

Todavia, apenas vejo alguns objectos antigos, o chão, paredes e tectos… Mas que ainda têm muito para contar… O resto são histórias e imaginação…

sábado, 19 de janeiro de 2008

Tranquilidade

Antes de atravessar o portão, já se sentia a frescura acolhedora dos jardins… Uma criação paisagística do romantismo coroado por uma residência de verão.
A propriedade alberga, segundo o panfleto entregue à entrada, “uma colecção botânica com espécies de todo o mundo, aclimatadas com sucesso, compondo cenários contrastantes ao longo de caminhos sinuosos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas”.

Uma produção da invenção humana, a natureza surge ao serviço do prazer humano… Mas mesmo com essa ideia em mente, o encanto não é diminuído…
Os aromas, os sons da brisa entre os ramos das árvores, o chilrear dos pássaros, a paisagem serena dos jardins oferecem-me paz e comunhão com a natureza…

Caminhando por entre as estreitas passagens, compreendo a necessidade de refugiarmos no campo, longe do rebuliço das cidades… A tranquilidade é-nos importante, por dar-nos um momento de descanso, para regressarmos às nossas paixões com energia renovada…

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Dinheiro

Muito já se escreveu, e todos têm uma opinião acerca...

Até para fazer dinheiro é preciso despender de trabalho e materiais, pagos em troca de dinheiro... Esse é o seu valor real que pode aumentar, astronomicamente, pela cobiça de ter esta ou aquela nota ou moeda...
O valor impresso, é o valor nominal... Seu valor depende apenas daquilo que poderemos adquirir... O dinheiro não é o objectivo...

E queremos adquirir tudo, seja ou não necessário e útil... Queremos sempre mais do que é indispensável e imprescindível...
Cobiçamos por aquilo que pertence a outros...
O dinheiro é o meio de pagamento privilegiado e obrigatório por lei, e todos os outros meios são quantificados em dinheiro... É esse o seu propósito e função... Passando de mão em mão...

“O dinheiro é um afrodisíaco muito poderoso. Mas as flores têm quase o mesmo efeito” (Robert A. Heinlein). Porque há muito que não se troca por um preço, e se só então somos verdadeiramente felizes, então “o dinheiro não traz felicidade”... Nesse caso, somos demasiado exigentes...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quinhentos

A 5 de Dezembro de 1925, é publicado n’ O Século, a existência de notas de 500 escudos duplicadas. Na verdade, foram impressas 200 mil notas ilegítimas, numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras. E tornou-se na maior fraude da história de Portugal…
Sejam as legítimas, ou as ilegítimas, são notas muito apreciadas pelos coleccionadores e de grande valor que excede em muito o seu valor nominal de 500 escudos…

A 1 de Janeiro de 2002 entra em circulação as notas e moedas de euro. A nota de euro de maior valor é a de 500 euro. A nota de cor púrpura.
Com várias características que facilitam o seu reconhecimento e sofisticados elementos de segurança que permitem identificar as notas genuínas e dificultar as falsificações e contrafacções.
Foram raras as ocasiões em que detive uma nas minhas mãos…


A 17 de Janeiro de 2008… Mas são outros quinhentos… De um valor inestimável…

Garantias

Quantas vezes, ao longo de nossas caminhadas, obtemos algo que não corresponde, inteiramente, às nossas expectativas?
Sempre ou quase, nunca ou quase...

Independentemente da resposta, em diversas ocasiões, o que obtemos sofre de vício, de defeito em que desvaloriza o que foi alcançado... De erro que impede a realização do fim a que considerávamos estar destinado, e com essa intenção entrámos em sua posse... Por vezes, nem é dotado das qualidades asseguradas por promessas ou necessárias para a realização dessas promessas...
Podemos guardar, tolerar, mas reclamamos por reparação ou substituição...

As garantias não são direitos, nem bens, e muito menos prometem a concretização de expectativas. A sua função é instrumental e acessória... Estabelecidas para assegurar a concretização de desejos e objectivos...
Decepções e desilusões, fazem parte da caminhada... Não há garantia que assegure que jamais sucederão...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

What my name means


You are influential and persuasive. You tend to have a lot of power over people. Sou chefia…
Generally, you use your powers for good. You excel at solving other people's problems. Faz parte do meu trabalho…
Occasionally, you do get a little selfish and persuade people to do things that are only in your interest. E quem não é um pouco egoísta de vez em quando?

You are usually the best at everything ... you strive for perfection. Antes pensava que era mania minha, agora sei que sou perfeito...
You are confident, authoritative, and aggressive. Segurança é meu ofício…
You have the classic "Type A" personality.

You are a very lucky person. Things just always seem to go your way. Parecem… Mas sei onde quero chegar…
And because you're so lucky, you don't really have a lot of worries. You just hope for the best in life. E não devemos pedir menos do que o melhor…
You're sometimes a little guilty of being greedy. Spread your luck around a little to people who need it. Pensar no bem de outros é pensar em nós mesmos…

You are relaxed, chill, and very likely to go with the flow. Ninguém detém o curso dos acontecimentos, apenas podemos influenciá-los…
You are light hearted and accepting. You don't get worked up easily.
Well adjusted and incredibly happy, many people wonder what your secret to life is. É simples, o segredo é [censurado]…

You are well rounded, with a complete perspective on life. Não nego…
You are solid and dependable. You are loyal, and people can count on you. Diga-o quem me conhece...
At times, you can be a bit too serious. You tend to put too much pressure on yourself.
Seriedade, quanto baste, também é necessária…

Queres saber "what your name means?", experimenta

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dois

Estou a par de que há um par de meses… Não… Há precisamente dois meses que navego pela blogosfera… E rabisco neste registo porque tenho um par de ideias, reflexões, pensamentos, opiniões, conclusões, assim por diante… que procuro exprimir, juntamente com a narração de acontecimentos, actos, factos, etc.

Enfim… A minha perspectiva do mundo que me rodeia e do meu mundo interior.
Dois mundos, que não formam um belo par. São, de todo, díspares… Mas ambos, irreais…
São um casal conflituoso em procura de harmonia… Dependentes, um do outro… Inter-ligados como gémeos siameses… Ou duas faces da mesma moeda...

A dois... ou ao par?
Os mundos dançam… Perigosamente juntos…

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Stonebridge - Music Takes Me


Fechem os olhos e escutem... Para onde a música nos leva?

Até onde a imaginação alcançar...


domingo, 13 de janeiro de 2008

Música

A música (a arte das musas) é definida basicamente como uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo.
Mas independentemente das suas origens e história. Independentemente de ser considerada como uma forma de arte, uma actividade ligada a manifestações de ordem estética por parte do ser humano. A música é uma forma de expressão encontrada em todos os grupos humanos…

A verdade é que sentimos falta quando não escutamos as nossas músicas favoritas e que mais nos agradam… A música está presente nas nossas vidas…
É difícil imaginar-nos sem a existência de música porque somos todos melómanos…

Mas a música não é um mero entretenimento, uma fonte de prazer. Além de funções culturais, também possui funções sociais e terapêuticas…
A música atrai e envolve-nos, motiva e eleva-nos a auto-estima, estimula e aumenta a nossa sensibilidade, a criatividade e capacidade de concentração…
Mexe e acompanha, mas também manipula, as nossas emoções…
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Melomania
do Gr. mélos, melodia + manía, loucura
s. f.,
paixão pela música.

In http://www.priberam.pt/

sábado, 12 de janeiro de 2008

Praia

Apesar de ser um dia de inverno, o céu apresentava-se pouco nublado. Um dia que convida a sair e a passear… Meu destino, a praia.
No topo da lista de lugares onde alguém se dirige durante os dias de calor, é no inverno que mais visito a praia…
Não sou o único… Outros, com amigos e / ou familiares, e até mesmo com os seus animais, apanharam a estrada sinuosa que ondula através da serra com destino à praia de areia enegrecida…

Na esplanada do café contemplo o grande mar que se espalha à minha frente… Leio algumas notícias de jornal… Pois, comigo, desta vez, veio companhia, mas não um livro…
Revejo algumas memórias que a visão do mar me traz, e reconheço a sorte de sempre ter conhecido o grande mar…

Empreendo numa caminhada pela areia à beira mar… Onde a maresia é mais intensa, o som da arrebentação me embala, observo de perto a espuma branca e sinto a areia debaixo dos meus pés…

Do alto do promontório, miro o crepúsculo, a passagem entre o dia e a noite, enquanto o astro-rei oculta-se por detrás da linha do horizonte…

Termina, assim, um dia mágico…

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Anotar

Tomar notas é um processo de seleção de informação para posterior aproveitamento.
No meu caso, é para suprimir eventuais falhas de memória... Pois não é minha intenção faltar a compromissos, eventos ou esquecer pensamentos importantes...

Existem agendas que ajudam a planear as actividades e tarefas… Existem cadernos e até os mais práticos blocos de notas… E até os blocos de notas autocolantes, normalmente amarelas, conhecidas por “post-it ™”. E outros meios que a tecnologia e o progresso vão-nos dispondo…
Podemos, também, tomar notas em papéis que ficam espalhados em nossas áreas de trabalho ou transportamos connosco, acumulando-se…

A amontoar é o que acontece às folhas de papel que se tornam em, apenas, rascunhos… A minha consciência ambiental não me permite enviar para reciclagem antes de reutilizar a face das folhas de papel que permanecem em branco.

Cortadas em tamanhos mais fáceis de manusear (ou não), são mantidas em conjunto por molas de orelha metálicas e anoto o que me vem à mente, que esteja em aberto e necessite de solução, anotações importantes ou não, complicadas ou fáceis, de casa, do trabalho… São os meus blocos de notas...

Úteis, por vezes, não são o suficiente...
Principalmente, quando me esqueço de anotar...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Banquete

Em “O Banquete”, Platão relata, em segunda mão, um banquete que decorreu em casa de Agatão, no ano de 416 a. C., o qual festejava a sua primeira vitória no festival do teatro de Dionísio em Atenas.
Nem todos se conheciam, nem eram completos estranhos para todos… Mas todos os convivas se sentaram e conversaram sobre o tema do Amor…

De facto, ninguém, em toda a sua existência, habita num ermo… Nenhum homem é uma ilha e seja sempre solitário… Até um anacoreta, só o é por algum tempo e por vocação…
Somos seres sociais que temos uma necessidade de conviver…

Através do convívio podemos aprofundar a nossa intimidade com quem convivemos, sejam familiares ou amigos… Através do convívio entramos em contacto com estranhos e cria-se a possibilidade de novas amizades, e se for o caso, encontrar o par ideal…

No meu banquete de hoje: comemos, bebemos e convivemos…

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Anacoreta
do Lat. anachoreta < Gr. anachoretés < aná, choréo, retirar
s. 2 gén.,
religioso ou penitente que vive na solidão;
cenobita;
solitário.


In http://www.priberam.pt/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Limão

Um pequeno truque... Se quiser mais sumo, antes de cortar o limão, devo previamente aquecê-lo apenas um pouco. O sumo que extraio dos limões constitui um tónico e bactericida, mas sou incapaz de o tomar no seu estado puro. A acidez afecta-me o estômago, e dizem que é apenas para quem quer emagrecer.

Com o sumo, não faço apenas limonadas, mas também utilizo em molhos, aperitivos, xaropes e doces. Há quem também o utilize para xaropes, produtos de limpeza e até para perfumar o ambiente...
São muitas e diversas as aplicações que posso dar a este fruto... Então, corto uns pedaços de sua casca e junto à água que começa a ferver, e espero... Já na chávena adiciono mel para adoçar...

Bebo bem quente, antes de deitar... E resumo as várias maravilhas às quais atribuem ao limão que favorecem o nosso bem-estar e saúde... Por isso, não admira que não haja (ou quase) quem não saiba o que é um limão...
Mas intriga-me, porquê quando encontramo-nos insatisfeitos com as nossas vidas e de temperamento ríspido, estamos “azedos como limão”?

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Paciência

"O tempo e a paciência são dois eternos beligerantes" (Léon Tolstoi).
O tempo nunca pára e questionamos se temos tempo para perder. As tarefas e as situações que nos surgem em nossas caminhadas, devem ser resolvidas. Dar-lhes uma solução mesmo quando não é possível pôr-lhes um termo…

Saber esperar, ter calma, manter sob controlo as nossas emoções de raiva e frustração, enquanto aceitamos (ou fingimos aceitar) os erros ou os factos que não pretendíamos assistir… Respirar fundo… Aguardar…

Optámos e suportamos… Ficamos quietos…
Na paciência adquirimos a nossa alma (Sören Kierkegaard), a nossa individualidade… E algo que era pretendido, está prestes a ser obtido…
Talvez alívio, porque “nunca houve um filósofo que conseguisse suportar pacientemente uma dor de dentes” (William Shakespeare).

Contudo, paciência não é solidão, nem uma pausa… Enquanto espera, o tempo não pára, mas também não deixamos de viver…

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Inverno

Com receio do frio, enrosco-me… Coloco uma manta sobre as pernas e espero…

Meu quente e frio sol de inverno aquece-me nesta mágica estação…

domingo, 6 de janeiro de 2008

Estranhos

As últimas figuras são finalmente colocadas para concluir o presépio. Os Reis Magos surgem, vindos do deserto... Seguindo uma estrela trazem presentes... Desaparecem no deserto de onde apareceram...

Nas nossas caminhadas também surgem figuras vindos praticamente de nada... Seguem os seus próprios caminhos e presenteiam-nos com conhecimento, alegria ou tristeza... Fazem-nos também pensar e dão-nos uma perspectiva refrescante de nós mesmo...
São os eternos desconhecidos e ignorados, as pessoas estranhas com quem nos cruzamos e não deixam registo da sua existência (ou quase)...

Num único momento, os nossos caminhos interceptam-se para, provavelmente, nunca mais virmos a encontrarmo-nos... No momento seguinte regresso ao deserto de onde surgi...

sábado, 5 de janeiro de 2008

Colo

Confuso com o mundo que me rodeia, estou preocupado se ainda sou apto a continuamente adaptar-me e ser aceite por este.
No aconchego dos teus braços sinto o conforto e a segurança que preciso para repousar da minha longa caminhada.

Nos teus braços existe uma declaração de amor e amizade.

Num abraço existem duas pessoas que existem em momentos diferentes e também possuem necessidades diferentes. Mas, quando não aperta nem sufoca, é um acto de afecto.
Num abraço cingimos nos nossos braços um outro ser. Reconhecemos e admitimos a existência de alguém para além de nós.O abraço é a capacidade de reconhecer e acolher. Abraçar é aceitar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Exemplos

Desde que me lembro, encontro-me a observar tudo e todos, a examinar atenta e minuciosamente o mundo que rodeia...
É confuso, complicado, caótico, pleno de pequenos detalhes... Os comportamentos, aparentemente, sem sentido e significado... Os acontecimentos sem nexo e enigmáticos...

A tendência natural é em imitar e, se possível, fielmente... Todos, ou quase todos, os gestos, movimentos e palavras são recriados... O ponto de partida: algo que ficou representado na minha mente porque, por algum motivo, reparei na sua realização...
Sem saber discernir o certo do errado, sem compreender a amplitude da área cinzenta entre um e outro sou repreendido, gozado ou ignorado... Reconheço que nem tudo pode ou deve ser imitado...

As minhas capacidades são agora diferentes, e apesar de ainda não compreender o mundo que me rodeia, tenho a noção de que apenas podemos aprender com os outros, mas é inútil imitar...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Love And Other Disasters

- Já pensaste que essa coisa de "amor verdadeiro" pode ser uma conspiração?
- Uma conspiração?
- Sim, uma conspiração capitalista. Uma mentira programada pelas indústrias do cinema e música. Tudo empurrando essa coisa, esse conceito que não existe!
- Amor verdadeiro não existe?
- Bem, pensa nisto. Onde está, além das músicas, livros e filmes? Quero dizer, quem pode honestamente dizer "Eu sempre vou te amar"?
- Whitney Houston?
- Sim. Quando está pedrada em crack. O importante é que todo mundo está triste porque estão procurando por essa coisa inexistente ou estão tristes porque acham que se contentaram com menos.
- Eu não estou triste. E acredito em amor verdadeiro.
- Sim, é por isso que ainda está dormindo com o teu ex-namorado.


Porque a vida e, especialmente, o amor, principalmente, o "amor verdadeiro" não é como no cinema...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Passagem

Existem limites (reais ou não) que se desenham... Posteriormente, e se nada nem ninguém (ou mesmo, nós próprios) nos impedir, atravessamos...

São instantes... Pequenos momentos... Por mais tempo que demore...
Celebramos, apreciamos, ou ignoramos, mas sempre evidenciamos o evento, a nós mesmos, e por vezes a outros... Um pequeno passo, e transpomos um marco, um rio, um mar, terras e, por vezes, mundos inteiros...
Rapidamente, uma fase da nossa evolução, pertence agora ao “antes”, passa a fazer parte da nossa caminhada pelo mundo percorrido e contemplamos a paisagem que se espalha diante a nós...

Mas antes de seguir caminho, um conselho... Uma pequena vista de olhos... Pois poderemos querer regressar e repetir...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Marco

Nem sempre nos surge um mar que nos impedes de caminhar em frente. Nem sempre nos surge um rio, em que uma vez atravessado, é o “outro lado do rio”… Nem sempre o que nos rodeia é, por si, um sinal de demarcação… Nem sempre é fácil demarcar um ponto, a partir do qual, damos início a uma nova fase das nossas longas caminhadas…

Por vezes, criamos marcos que delimitam etapas, que, em princípio, não são diferentes, mas pretendem-se bastante diversos… Criamos marcos resistentes às intempéries…
Os limites são fictícios, pois não houve lugar a um facto fora do ordinário… Falsos e/ou imaginários, separam e vedam as nossas jornadas neste mundo…

Visto serem ilusórios, com o tempo, a sua importância pode desvanecer no meio de muitos marcos de igual natureza… Todavia, nem todos os marcos são iguais, e até pode haver um tipo de marco único, em toda a nossa caminhada…